Religião. Para que preconceito?

  Quem foi que disse que religião não se discute? Pois eu discordo. Gosto de falar, e amo mais ainda ouvir e ler sobre esoterismo e a razão envolvida sobre as diferentes formas de miticismo que existem mundo a fora. E comigo não adianta essa história de preconceito.

O Brasil é um estado laico desde a proclamação da República, embora alguns brasileiros desconsideram essa ideia, uma vez que o país consta em seu calendário feriados religiosos, celebra festas religiosas nas instituições de ensino, enfim... mas é oficialmente laico desde 1889. 

  Aqui podemos abrir, bem dizer, livremente, portas de igrejas, montar um centro de espírita onde se bem entender, construir templos Hare Krishna, entre outros mais, mesmo causando incômodo nas pessoas, o máximo que as autoridades podem interferir é na estrutura da obra.

  Como disse o meu preconceito não é contra a religião de um alguém, mas sim contra a arrogância.  Quero dizer que, o respeito deve estar acima de qualquer crença, e nenhum deve se sentir melhor que outro porque segue uma doutrina diferente.

  Apesar de laico, o Brasil tem em sua maioria populacional o catolicismo, seguido do protestantismo, ou seja, o cristianismo predomina! Mas será que Deus predomina nos milhões de corações, que tanto sofrem? A resposta da grande fúria do mundo está nas escolhas nossas de cada dia. Colocamos Deus depois de nossas prioridades e seguimos o cristianismo por tradição, mas esquecemos que quem criou religiões foi o homem e Deus está além de todas as coisas. 

Fé. Religião. Deus. Eu separo os significados e não considero essas três palavras como sinônimos. Quem é Deus para você? O Criador? Você vai a igreja para servir às pessoas que ali congregam ou para servir a Deus de verdade?

As religiões nos concedem bens materiais, por ela ser uma ideologia terrena, mas o vazio a ser preenchido só pertence a Deus. O errado é você fingir ser alguém na frente das pessoas e seu coração estar no lado oposto da presença de Deus. O certo é sermos espirituosos.
  Estou lendo há alguns meses o livro Karma - A Justiça Infalível (ver ao lado), não é um livro cristão, mas um livro que fala sobre princípios védicos e está a todo momento justificando as leis das religiões orientais. É muito bom, pois nos faz entender Deus em uma consciência amigável a dEle. Existem certos itens que são incompatíveis com a tradição ocidental, como por exemplo o fato de termos o dever de cuidar dos animais assim como tratamos os humanos, simplesmente por serem ambos uma entidade viva... Bem, mas é o conhecimento esplêndido que o leitor recebe. Eu por exemplo, descobri a relação que tem Krishna com a música Gita, de Raul Seixas. Nela, podemos observar que Deus é absolutamente onipresente, onisciente e onipotente, pois tudo pertence a Ele.

Krishna

"Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando,

foi justamente num sonho que Ele me falou"

Às vezes você me pergunta

Por que é que eu sou tão calado

Não falo de amor quase nada

Nem fico sorrindo ao teu lado

Você pensa em mim toda hora

Me come, me cospe, me deixa

Talvez você não entenda

Mas hoje eu vou lhe mostrar

Eu sou a luz das estrelas

Eu sou a cor do luar

Eu sou as coisas da vida

Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco

A força da imaginação

O blefe do jogador

Eu sou, eu fui, eu vou

Gita gita gita gita gita

Eu sou o seu sacrifício

A placa de contra-mão

O sangue no olhar do vampiro

E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende

Eu sou a luz que se apaga

Eu sou a beira do abismo

Eu sou o tudo e o nada

Por que você me pergunta

Perguntas não vão lhe mostrar

Que eu sou feito da terra

Do fogo, da água e do ar

Você me tem todo dia

Mas não sabe se é bom ou ruim

Mas saiba que eu estou em você

Mas você não está em mim

Das telhas eu sou o telhado

A pesca do pescador

A letra A tem meu nome

Dos sonhos eu sou o amor

Eu sou a dona de casa

Nos pegue-pagues do mundo

Eu sou a mão do carrasco

Sou raso, largo, profundo

Gita gita gita gita gita

Eu sou a mosca da sopa

E o dente do tubarão

Eu sou os olhos do cego

E a cegueira da visão

Mas eu sou o amargo da língua

A mãe, o pai e o avô

O filho que ainda não veio

O início, o fim e o meio 

Eu sou o início, o fim e o meio 

Entendestes?